Skip to content
Menu
José Gomes Coach
  • Home
  • Updates
  • News
  • Videos
  • Promoted Players
  • Career
José Gomes Coach

“O início foi muito duro” *

By Pedro Santos on Maio 5, 2019

O arranque do Reading foi “um choque”. José Gomes conta que dispensou 21 jogadores de um plantel de 40! Ajustou com 5 reforços e o resultados estão à vista: objectivo cumprido com absoluto êxito. 

O que é foi mais difícil nesta aventura ?

Difícil foi todo o trajecto até conseguirmos a permanência, que aconteceu agora. Mas, no início foi um choque, não para nós, mas para os jogadores, porque tivemos de tomar uma medida, a primeira, que foi reduzir o plantel, que tinha cerca de 40 atletas. Em Janeiro, cortámos 14 e depois mais sete, para poder-nos reforçar com cinco cedidos. A Direcção entendeu e apoiou, mas os jogadores apanharam um susto.

Como é que se processou o conhecimento dos jogadores para tomar essas decisões ?

Vimos muitos vídeos com jogos da equipa. Claro que não conhecíamos a mentalidade dos jogadores, nem tão-pouco conhecíamos a influência no grupo, até porque não tínhamos elementos da equipa técnica anterior.Não tivemos ajudas nenhumas. Servimo-nos da observação possível, inteligência e perspicácia.

E que outras dificuldades tiveram de encontrar ?

Bem, o número de jogos é realmente intenso. Chegámos a 22 de Dezembro e apanhámos logo o Boxing Day e o Ano Novo. Fizemos oito treinos e quatro jogos, num curto espaço de tempo. Este campeonato tem realmente uma intensidade incrível e tem muitos momentos desses, com grande intensidade competitiva. 

E os jogadores apanharam bem as vossas ideias ?

Felizmente, hoje posso dizer que sim. Eles diziam que estavam cansados em determinado tipo de jogo. Aqui joga-se muito o jogo directo, nos livres longos há jogadores fortes com missão específica de provocar o contacto, o guarda-redes vai até ao meio-campo para bater os livres. Há 10/12 equipas que fazem isso.

E a sua equipa faz isso ?

Não. Os jogadores assimilarem bem as ideias, gostaram de passar a sair com bola, em vez dos lançamentos longos, a jogar bem, e felizmente as ideias resultaram. 

É uma segunda liga muito competitiva…

Em muitos aspectos, ultrapassa a I Liga portuguesa, a começar pelo ambiente nos jogos. Estão sempre muitos adeptos. O nosso estádio leva pouco mais de 20 mil, mas jogámos em estádios com 34 mil e sempre cheios. Esse ambiente, naturalmente, acaba por influenciar o rendimento dos jogadores, é um emoção que os empurra para grandes jogos até ao último minuto. Nos jogos fora de casa, temos entre mil e 3000 adeptos, nunca menos.  

Quando é que pôde dizer com certeza que ia acontecer o objectivo da permanência ?

No início de Março, vencemos dois jogos consecutivos, o que não acontecia no clube há dois anos, e aí deu para perceber que a equipa estava no caminho certo e que o objectivo não ia fugir.

Vai continuar no Reading ?

Sim, tenho mais um ano de contrato.

E já determinou o objectivo ?

Depende do fair-play financeiro a que o clube está sujeito. Se conseguirmos ficar livres, podemos apostar numa equipa para subir de divisão. Caso contrário, é ganhar o maior número possível de jogos.

 

Nunca poderei esquecer o Rio Ave

 

José Gomes diz que nunca teve dúvidas que o Rio Ave iria conseguir a permanência até com alguma tranquilidade e deixa elogios à estrutura do clube de Vila do Conde, que não esquece. 

Depois de oito anos no estrangeiro, repartidos entre Grécia, Hungria, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, José Gomes voltou a Portugal, para o Rio Ave: “Foi um projecto muito bonito, uma excelente experiência profissional que não vou esquecer nunca. Também não posso esquecer que é graças ao Rio Ave que estou aqui. E tenho de ser muito grato ao clube. 

José Gomes considera que no Rio Ave “foi feito um trabalho de raiz, deram-nos excelentes condições, e, contra os prognósticos de muitos, a equipa surgiu a jogar bem e a deixar uma marca de qualidade em campo. 

Não há como esconder: José Gomes está a cumprir um sonho: “Desde há muito tempo que sonhava ser treinador em Inglaterra, acho que é uma ambição de qualquer treinador. As minhas expectativas não saíram defraudadas, porque este é mesmo o país do futebol”.

Apesar de tanta satisfação, José Gomes não diria não a um regresso a Portugal: “Não está nos meus planos, mas nunca se pode dizer nunca. O meu regresso ao campeonato português foi muito bom. E acredite, gostei imenso de ter voltado. Portanto, um regresso não se pode pôr de lado, mas, repito, não é esse, neste momento, o meu plano”.

O treinador não considera que tenha deixado órfão o Rio Ave quando o deixou em Dezembro. O clube só agora assegurou a permanência, mas há uma explicação: “Um dos segredos do bom trabalho que fizemos no Rio Ave foi a qualidade dos jogadores. Quando há uma mudança, é natural que demore tempo até tudo a voltar ao normal. E tenho a certeza que a estrutura do Rio Ave trabalhou muito bem, como de costume. Nunca tive dúvidas de que ia alcançar a permanência”, afirma, manifestando em todo o caso alguma surpresa pelo empate com o FC Porto: “De alguma maneira foi uma surpresa. O FC Porto entrou no jogo a ganhar e revelou depois fragilidades que não estamos habituados a ver. Mas o campeonato ainda não acabou.

Uma ferramenta desperdiçada 

A conversa com José Gomes centrava-se no jogo entre o Rio Ave e FC Porto (texto de cima) e foi o treinador que engatou outro tema que está muito em voga: o VAR. Antes, porém, falou de Sérgio Conceição. “Ninguém se pode esquecer do que ele fez na última época. Não comprou ninguém e fez uma equipa campeã, um trabalho notável. Todos sabemos por vezes que o futebol é ingrato, mas espero que não sejam ingratos com ele…”A seguir entrou pelo VAR adentro: “O futebol português tem uma ferramenta excepcional que está ao serviço da arbitragem, que é o VAR, e que está a ser trucidada por quem a usa”. Uma pequena pausa e novo ataque… “Podemos admitir o erro do árbitro. É humano, tem de decidir numa fracção de segundos, pode naturalmente errar. Mas um indivíduo que está sentado numa cadeira, a ver o mesmo lance que nós, e por vezes a decidir mal, isso é inadmissível e naturalmente aborrece. Acompanho o futebol português, como não poderia deixar de ser, e admiro-me como isto é possível,  como se desperdiça uma ferramenta como o VAR, que pode ajudar à verdade desportiva. Já sei que vão fazer um balanço e dizer que o VAR corrigiu não sei quantas decisões a bem da verdade desportiva, mas e as que não corrigiu?”

Saudades de um bom peixinho

Natural de Matosinhos, José Gomes adora um bom peixe, é mesmo o alimento favorito do treinador. Em Inglaterra, não foi fácil de início encontrar um sítio para matar saudade de um peixe. Encontrou há pouco tempo um restaurante português, dirigido por algarvios, o Square Henley, não muito longe de Reading, onde consegue comer “à portuguesa”. De resto, adapta-se bem, até porque ser emigrante não é novidade nenhuma para José Gomes. Quando aceitou o convite do Reading, “a camisola de emigrante ainda estava quente”, diz entre sorrisos.

Reading cidade simpática

Reading é uma cidade simpática entre Oxford e Londres (a 65 Km da capital inglesa) e hoje é sede de muitas empresas multinacionais. José Gomes já conhece bem a cidade, “é acolhedora e as pessoas são muito simpáticas. Desde o início que José Gomes e a sua equipa técnica procuraram casa no centro. “É bom porque assim conhecemos melhor as pessoas, convivemos com elas, passamos no fundo a ser uma delas. Quando vamos para um lugar que nos é estranho, a primeira coisa a fazer é conhecê-lo bem, para melhor compreender as pessoas.   

Dia de Portugal no Estádio do Reading 

Hoje é Dia de Portugal no Madjeski Stadium, o Estádio do Reading. O clube decidiu homenagear José Gomes pelo bom trabalho e pediu aos adeptos para levar para o jogo com o Birmingham motivos portugueses (bandeiras, camisolas, cachecóis). “Não é muito normal isso acontecer, mas é uma atitude que me deixa sensibilizado e que agradeço, mas também aumenta a minha responsabilidade, porque já não é minha cara de que está em causa, é o país que represento. E isso deixa-me orgulhoso”, disse José Gomes, preparado para um dia “muito especial”. 

 

*Por Carlos Pereira Santos, jornalista de O Jogo

Category: Notícias
Tags: EFLChampionship, José Gomes, Readingfc

Navegação de artigos

Correio da Manhã salienta homenagem a José Gomes
“Os meus jogadores foram extraordinários”

Related Posts

“Os ‘managers’ nunca param”

Março 22, 2019
Read More

“Equipa tem dado sinais fantásticos”

Agosto 4, 2018
Read More

De Valadares até ao Marítimo com potencial fantástico

Abril 20, 2020
Read More
©2025 José Gomes Coach | WordPress Theme by Superb WordPress Themes