José Gomes demonstra que acredita na qualidade e evolução do futebol húngaro no balanço que faz sobre o seu percurso como treinador do Videoton, apoiado pela melhoria do trabalho realizado por dirigentes, treinadores, jogadores e árbitros, aliado às novas infra-estruturas desportivas.
Por isso, o técnico aposta no sucesso das equipas húngaras, inclusive na Liga dos Campeões, sendo o trampolim para o regresso da selecção magiar aos bons momentos nos campeonatos da Europa e do Mundo.
– Que importância tem esta experiência como treinador do Videoton na sua carreira ?
– É de tal forma importante que o Videoton é o centro das minhas atenções e é um projecto que ultrapassa as minhas preocupações individuais como treinador. Pretendemos ajudar a relançar o Videoton e, por consequência, a Hungria no futebol europeu. Por isso, sinto-me orgulhoso por estar a trabalhar num país apaixonado por futebol.
– Como define a qualidade futebolística dos jogadores que representam oVideoton?
– Temos vários jogadores internacionais, que actuam na principal selecção da Hungria, mas há, também, futebolistas que integram as camadas mais jovens deste país. Há muito potencial para trabalhar no Videoton. Ao contrário do que por vezes é dito, todos os jogadores do Videoton são tratados de forma igual, uma vez que não olho para a nacionalidade que têm no passaporte. A selecção dos convocados e a escolha do onze são realizadas em função do rendimento demonstrado durante os jogos e treinos. Tudo é feito com transparência. Tenho dois filhos e procuro tratá-los de forma igual, tal como acontece em relação aos jogadores, embora possam, por vezes, sentir-se injustiçados.
– Que opinião tem sobre o futebol húngaro?
– A qualidade está a subir, como resultado da melhoria do trabalho realizado pelos treinadores na Hungria. Com a continuação deste trabalho, podemos ter equipas húngaras a lutar por vitórias na Liga dos Campeões e na Liga Europa e ver a Hungria presente nos campeonatos da Europa e do Mundo. Há equipas na I Liga que vão inaugurar estádios: é muito importante, porque a qualidade dos relvados irá melhorar, sobretudo no Inverno, haverá mais conforto para o público, mais pessoas no estádios e o aumento de patrocinadores. Os meus filhos consideram estranho ver que os amigos são adeptos do Real Madrid, Manchester United ou do Arsenal. Ou seja, há paixão pelo futebol, mas é preciso mudar esta situação, para que sintam vontade de apoiar as equipas húngaras, como nos tempos dos seus pais e avós.
– Quais são as suas perspectivas relativamente ao trabalho das equipas de arbitragem?
– À semelhança do que acontece com os jogadores, têm, também, muita qualidade, e, quando são chamados internacionalmente, realizam boas actuações, embora, por vezes, o seu trabalho seja bastante difícil. Por isso, é preciso apoiar o seu crescimento.
– Sente-se, portanto, bem no futebol húngaro?
– Sinto-me muito bem, acompanhado pela minha família. Os jogadores estão a crescer, tal como os treinadores e dirigentes e a Hungria está a ficar com melhores infra-estruturas. O sentimento é positivo e estou disponível para trabalhar no futebol deste país.