RECORD – Como adjunto de Jesualdo Ferreira no FC Porto sentiu o ambiente do Vicente Calderón. Que conselho pode dar à atual equipa quanto a esse fator?
JOSÉ GOMES – Mais do que o ambiente do estádio há que ter atenção ao espírito que tem a equipa do Atlético Madrid, que é do mais forte que há no futebol atual. Sem ter os melhores jogadores do Mundo, consegue ser uma equipa extremamente aguerrida, à imagem do seu treinador. Simeone consegue tirar o melhor de cada um dos seus jogadores. Ainda assim, é sabido, os adeptos proporcionam um ambiente escaldante para as equipas que visitam aquele estádio.
R – Conseguirá o FC Porto superar este teste?
JG – Eu acredito que sim e não se trata de acreditar por acreditar. Se conseguirem jogar durante 90 minutos como nos 35 minutos iniciais do jogo no Dragão precisamente com o At. Madrid, então seguramente ganhará. Esse período a que me refiro terá sido o melhor do FCPorto na presente época.
R – Ainda assim a vitória pode não ser suficiente para o FC Porto seguir rumo aos oitavos-de-final…
JG – No futebol nem sempre se deve falar em justiça, mas ganhar em Madrid e não passar seria algo inglório para o FCPorto. De qualquer forma, a equipa só pode pensar em vencer a partida.
R – Os jogadores do FCPorto devem ou não estar a par do que se vai passando no Austria Viena-Zenit?
JG – Não, de maneira nenhuma. Eles devem estar apenas concentrados no que se vai passar no Vicente Calderón, até para se pouparem animicamente no caso de o Zenit estar em vantagem.
R – Conhece bem Quaresma, jogador que deve reforçar o FCPorto em janeiro. Poderá ele resolver alguns dos atuais problemas da equipa?
JG – Sim, creio que sim. Há respeito recíproco entre o Quaresma e o FCPorto. Por isso mesmo, nenhuma das partes vai querer defraudar a outra. Se a transferência avançar é porque o Quaresma está em condições de ajudar; caso contrário ele não aceitaria a proposta, pois sabe que vai para um clube que conhece bem e que é muito exigente. Se o Quaresma for para o FCPorto levará qualidade.