
José Gomes já começou a antecipar os piores cenários e, nesse sentido, o trabalho dos próximos dias vai ser dirigido, em particular, para a análise dos próximos adversários do Marítimo.
“Não sabemos como é que o campeonato vai ser acertado e o pior cenário é termos de jogar quarta-feira e domingo, semana após semana. Nessa perspetiva, há relatórios de análise que podem começar a ser feitos. E há, também, uma lista que demos ao departamento de scouting para analisarem jogadores que poderão vir a integrar, no futuro, o nosso plantel. No fundo, vamos antecipar relatórios e analisar jogadores”, disse a Record o treinador, de 49 anos, que, quando nos atendeu o telemóvel, estava a assistir ao Cruzeiro-CRB: “É um dos poucos campeonatos que estão em andamento e sempre atenua esta ausência. Inevitavelmente, os dias vão ser diferentes. É uma novidade para todos.”
Quanto aos jogadores, José Gomes deixa a garantia de que todo o grupo está preparado para enfrentar estes dias em casa. “Há um plano de trabalho, pois um atleta de alto rendimento não pode parar totalmente. É impensável! Os jogadores vão ter de seguir um plano dado pela nossa equipa técnica”, assegurou, lembrando que as refeições também serão cuidadas por cada elemento: “Cada vez mais têm esse cuidado e, ao fazê-lo, dão um sinal de profissionalismo.”
Certo é que, no Marítimo, a situação relativamente ao coronavírus vai ser analisada em base diária, até porque só assim poderá saber-se quando os trabalhos serão retomados: “Isto está a atingir este nível e poucas pessoas sabem como as coisas vão ficar. Vamos ter de nos ir adaptando.”
Vai sentir falta das rotinas diárias
Habituado a parar apenas durante cerca de um mês, pela altura do verão, José Gomes assume que esta pausa competitiva vai custar a digerir. “É uma situação muito estranha para todos nós e é claro que nos vai custar. O homem é um animal de rotinas e nós, treinadores, temos isso muito marcado pelo que é a competição e a análise que temos de fazer dos jogos. Essa parte não é vista pelas pessoas, mas é muito trabalho. E, agora, vai deixar de existir”, finaliza o treinador.
Por David Novo e Pedro Ponte