O treinador do Al-Taawon foi um dos convidados pelo diário da Global Media, numa reportagem em que relata a sua experiência como treinador adjunto e que surge no momento em que “um terço dos treinadores da Liga Bwin conheceu a condição de adjunto antes de passar à liderança”, segundo análise da jornalista de Mónica Santos.
“Foram seis temporadas e é uma coletânea de aprendizagens riquíssima, em cada reunião, cada conversa; almoçávamos juntos, passávamos tardes a conversar sobre futebol”, recorda José Gomes sobre a ligação a Jesualdo Ferreira, outro dos protagonistas deste artigo. Aliás, o ex-treinador do Boavista, viu a passagem de José Gomes a treinador principal como “normal”.
O líder da formação saudita salienta também António Jesus e o professor universitário José Neto que o recomendou ao ex-guarda-redes, que faleceu em 2010, para trabalhar no Paços de Ferreira: “Ia ser treinador da segunda distrital da AF Porto, do Gulpilhares. Só conheci o Jesus ao chegar, ao fim de uma semana”.
“Reconheço que o meu trajeto no futebol não me permite pensar nisso (ascensão a treinador principal) no imediato. Tenho de dar pelo menos dez anos”, acrescentou José Gomes. Foi precisamente uma década como adjunto que antecedeu a promoção na Mata Real. “Aprende-se com todos, sempre com emoções ao rubro, sempre a lutar por coisas, todo um turbilhão que faz com que o dia a dia seja riquíssimo ao nível da aprendizagem”.
Lealdade determinante
Na reportagem, destaca-se também que Paulo Duarte e Vítor Campelos, treinadores principais, foram adjuntos de José Gomes, e a relação com Jorge Mendonça, actual “braço direito” no Al-Taawon, e um amigo que conhece desde a universidade. Estão juntos desde 2012. “Competência pode não ser suficiente, se não houver lealdade: estamos expostos a muitas pressões e agressões. Isto não deixa de ser uma guerra, a palavra tática vem da estratégia militar; estamos numa guerra desportiva e é importante, até pela relação – boa ou má – com aqueles que vivem à volta do jogo e das equipas, ter pessoas em quem possamos confiar, a todos os níveis, com caráter e honestidade”.
