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José Gomes Coach

BBC entrevista José Gomes

By Pedro Santos on Abril 17, 2020Abril 17, 2020

José Gomes concedeu uma entrevista à prestigiada BBC, abordando alguns dos principais momentos vividos no Reading, clube que treinou antes de voltar ao futebol português, para assumir o comando técnico do Marítimo.

O líder da equipa técnica dos insulares começou por explicar como chegou ao Reading, sublinhando que já conhecia a realidade do Championship e dos Royals, sobretudo porque, nos últimos três anos, estudou “todas as equipas, como jogavam, e as suas tácticas”. Em relação à partida com o Millwall, que marcou a sua estreia ao serviço dos Royals, classificou-a como “estranha, com duas expulsões, difícil e dura”.

Confrontado com as estatísticas (9 V 14 E 15D), reconheceu que “são maus números”, “mas o resultado final foi bom, porque atingimos o nosso objectivo, quando ninguém acreditava – fãs, dirigentes e jogadores -, era um momento morto, e sobrevivemos, como referi muitas vezes”.

Os fãs agradeceram o trabalho efectuado por José Gomes, criando o Dia de Portugal apoiados pela direcção, na última jornada de 2018/2019, o que causou impacto não só em Inglaterra como em solo luso: “Estavam felizes e isso significa que conseguimos o nosso objectivo. Não podemos olhar só para os números, para perceber o que aconteceu. Estava feliz, porque nós, equipa técnica, “staff”, jogadores, toda a gente, fizemos um trabalho colectivo.

O experiente treinador garantiu que não merecia ter saído do comando técnico do Reading, em Outubro do ano passado. “Começámos a trabalhar, nesta época, com 14, 15 jogadores, mais os sub-23, porque não conseguimos trazer ninguém devido ao embargo do ‘fair-play’ financeiro, e, no início, era uma equipa completamente diferente. Quando os novos jogares chegaram, até ao primeiro jogo oficial, não tive tempo suficiente para partilhar as minhas ideias, para trabalhar com eles”, reforçando que os dirigentes deviam ter esperado pelo menos “até final de Dezembro”.

O grande problema

José Gomes voltou a Maio de 2019 para contextualizar melhor o início desta temporada: “Os dirigentes explicaram-me a situação financeira, para construir a nova equipa, e a ambição do proprietário do clube era lutar por um lugar que desse a promoção. Portanto, devíamos reduzir o orçamento e encontrar dinheiro para trazer jogadores capazes de nos ajudar a lutar pela subida. Esta era a situação no final da época. Foi uma decisão do clube, com opinião técnica, e, por isso, falei com os jogadores, individualmente, sobre a referida decisão e o plano do clube para eles. Alguns não eram parte desse projecto. O que eu queria e, por isso, falei um, dois ou três dias antes do último jogo, em Maio de 2019, para dizer, da forma mais honesta possível, que deviam conversar com os seus empresários e encontrar nova solução para as respectivas carreiras. Durante as férias, tudo devia ter ficado resolvido, porque o pior cenário seria estarmos na mesma situação. Os jogadores sabiam que o Reading não contava com eles. Portanto, começámos a trabalhar sem esses atletas diariamente, os empresários não encontraram soluções e não conseguiram resolver os problemas, tal como o clube. Não chegaram com uma arma, referindo que queriam contrato e que o salário devia ser isto ou aquilo. Deram-lhes o contrato e deviam respeitar os nossos profissionais. Porque se isso não acontece, o plantel começa a sentir que, mais cedo ou mais tarde, isto pode acontecer comigo. Nesta situação, com os jogadores a treinarem separados, utilizando diferentes balneários, a nossa equipa ficou mais fraca”.

Resumindo aquele momento no clube como o “grande problema e o principal erro”, José Gomes salientou que “não era dirigente, nem empresário”, e não fugiu “às suas responsabilidades”.

Futebol como negócio

Noutro âmbito, o técnico do Marítimo reconheceu que, neste momento, “é difícil, mesmo em Inglaterra, de falar de projectos a longo prazo. Há três anos, era fácil de falar de projectos com aquela duração, com objectivos claros para alcançar e tudo era planeado. Agora, não podemos falar mais disso, talvez haja duas ou três excepções no mundo. Quem são os donos dos clubes? É difícil encontrar um modelo inglês tradicional. Estamos a falar do futebol como negócio. Temos de ligar o negócio ao futebol, é melhor para todos, “mesmo para os ‘managers’, porque traz mais dinheiro, melhores condições para os adeptos nas bancadas, melhores futebolistas para as equipas, melhores meios para os treinadores trabalharem diariamente. Mas o pior é, e não falo no Reading, mas no futebol em geral, os donos dos clubes são homens de negócios, que investem, e podem comprar um hotel, terrenos ou uma fábrica. Alguém, geralmente um empresário, mostra-lhe o projecto e o negócio que pode ser feito. Quando os proprietários têm uma dificuldade, chamam o empresário que lhes mostrou o projecto e não lhe apresentou uma solução, mas usa o clube para resolver o seu problema. Estou a falar disto, porque prefiro ficar em casa, em vez de olhar para o espelho, não gostar e ter vergonha do que vejo. Se não estou feliz, falo com as pessoas, e peço-lhe que encontrem alguém que possa estar ao serviço do clube”.

O melhor para o Reading

José Gomes destacou que, no seu CV, há clubes em que trabalhou mais do que uma vez, em que os dirigentes eram os mesmos, isso significa que “se não gostavam, não me convidariam novamente, e que estavam felizes com o meu trabalho.

No que se refere aos atletas contratados no Reading, nunca houve jogadores de José Gomes e, neste contexto, a decisão deve pertencer ao clube. “Mesmo nos grandes clubes mundiais, é difícil encontrar um treinador que esteja cem por cento feliz com o seu plantel, e que, se há alguma coisa com a qual não concordo, devia ter dito no momento em que estava do Reading. Já não estou a trabalhar lá, e, se a época for retomada, está tudo em aberto, até as posições que podem dar acesso à Premier League na próxima época. Não quero criar qualquer perturbação à organização do Reading. Sou um fã do clube, porque são os meus jogadores, construí este plantel, e sinto-me como parte deste projecto”.

A relação com Mark Bowen foi, também, tema neste “podcast” de Ady Willams: “Quando chegou, foi muito útil nesta experiência, abri o meu escritório e todas reuniões privadas, partilhando tudo com ele, as minhas ideias, as minhas dúvidas e as minhas questões, quis que fizesse parte da família, e criei boa relação com ele. Não tínhamos nenhum director-desportivo, todos pensaram que podia ser importante para o clube, se o ajudássemos na missão de construir o plantel para esta época”, referiu José Gomes, acrescentando que a mudança de Bowen para o cargo de treinador foi “normal, porque tem uma carreira longa nesta área e foi a melhor solução, pois “conhecia o plantel, sabia tudo sobre a situação dentro do clube e foi parte da solução para construir a equipa. Se o Reading quisesse trazer um novo ‘manager’, iria mudar cinco, seis, sete ou oito jogadores em Janeiro e isso poderia ser um grande problema”.

A pré-temporada em Espanha

José Gomes revelou que não gostou da pré-época para preparar 2019/2020, realizada em Espanha, com tantos jogadores jovens, ajudando-os a serem melhores, dando-lhes a hipótese de actuar frente equipas da I Liga espanhola, em jogos amigáveis. “Foram fantásticos, mas não gostei no momento em que mudámos a nossa situação relacionada com o embargo financeiro e o clube iniciou as novas contratações. Fiquei aborrecido, falei com o Mark Bowen e disse-lhe que não estava ali a fazer nada e pensei que seria melhor se deixasse o clube. Foi o pior momento: as minhas expectativas eram muito altas, depois da última temporada, e queria um plantel que tivesse as minhas ideias e me ajudasse a lutar pelos lugares de promoção. Parece que todos os treinadores têm a mesma atitude quando não vêem as coisas como imaginaram. Mas isto é parte do passado, espero que o Reading termina a época a lutar pela promoção e serei sempre um adepto”.

Nos dez meses como líder da equipa técnica dos “royals”, houve sempre boa relação com os adeptos, o que foi reconhecido por Andy Williams, e, mais uma vez, José Gomes agradeceu esse apoio e, por isso, continuará a admirá-los durante a sua vida. “Quando cheguei, disseram que eram silenciosos, mas, jogo após jogo, eram mais e faziam mais barulho, apoiaram os meus atletas, e vão estar sempre no meu coração”.

Com um sorriso, José Gomes assumiu, no final desta conversa, que voltará a treinar em Inglaterra.

Balanço de 2018/2019

Clique aqui para ouvir a entrevista completa, aqui para recordar alguns dos principais resultados no Reading e pode aqui ver o vídeo com os principais golos.

Category: Notícias

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