José Gomes só pondera o regresso da Liga quando não existir risco para a saúde pública e for permitida a presença de espectadores. Caso contrário, o título terá de ir para o líder.
“Temos que ter muita consciência, há coisas que estão muito acima do futebol, como é o caso da saúde”, foi assim, de forma categórica, que o treinador do Marítimo respondeu a O JOGO quando questionado sobre as recentes decisões da UEFA, e por consequência da Liga, acerca do recomeço do campeonato na reta final de maio.
“Se a Direção-Geral de Saúde garantir que não há nenhum risco e, se ainda existir tempo no calendário, penso que devíamos permitir a integração dos jogos que faltam. A sensação que fica se não se terminar o campeonato é a de estarmos a defraudar toda a família que está envolvida, direta ou indiretamente, no futebol”, afirmou.
Caso não exista a possibilidade de jogar, o treinador entende que será sempre complicado tomar uma decisão em relação ao futuro das competições nacionais. “Acho que nenhuma das opções é justa. Primeiro, considerar anular todos os jogos seria estar a defraudar toda a gente. Nesse caso, seria como se estivéssemos a jogar PlayStation e não contava para nada. Em segundo, acabar o campeonato como está também dá uma certa sensação de injustiça para os clubes que ainda estavam a lutar por alguma coisa. Portanto, qualquer situação que não seja terminar os dez jogos que faltam vai ser sempre redutora e injusta para o futebol”, disse, admitindo que apenas em último caso Portugal devia avançar com uma medida semelhante à da Bélgica, que decidiu terminar o campeonato como está. “Já existem precedentes de outros campeonatos decididos assim e homologados pela UEFA. Se as coisas continuarem interrompidas, penso que não haverá outro remédio.”
Apesar de desejar realizar as restantes partidas do campeonato, José Gomes mostrou-se contra a possibilidade de existirem jogos à porta fechada. “Se isso vier a acontecer, significa que ainda há riscos de saúde implicados, por isso não concordo. Um jogo à porta fechada não é a mesma coisa, pois, no fundo, seria estar a esquartejar o futebol. Portanto, para avançarmos para os jogos, devemos garantir que não existe qualquer risco e que tudo está resolvido. Só depois é que podemos jogar, mas não à porta fechada”, vincou.
Texto: Carolina Rodrigues.
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